Ecomotion-Pró 2007: Mitsubishi se supera e fica dentro dos Top 10!
Foi realizado na semana passada, no estado do Rio de Janeito, a maior corrida de aventura do Brasil, o Ecomotion-Pró 2007.
A prova deste ano foi marcada pela presença de sete das dez melhores equipes do mundo, mas também por uma série de imprevistos.
O briefing e reunião inicial das equipes aconteceu na charmosa Búzios, litoral Norte do Rio de Janeiro, em uma estrutura montada no Iate Clube da cidade, com uma bela vista para a baía da Praia dos Ossos. Na noite de sábado 20 de outubro, aconteceu a cerimônia de abertura, e por volta das 23:00 foram entregues os mapas. No dia seguinte, às 09:00 aconteceu o briefing técnico, onde foram passados detalhes e cuidados do percurso, e de lá as equipes partiram em seus carros de apoio para o local da largada. A bordo de duas L200 preparadas para a prova, a equipe seguiu para a praia da Urca, na base da pedra que recebe o mesmo nome, um dos cartões postais do Rio de Janeiro.
A largada marcada para as 21:00hs acabou acontecendo às 23:00hs: 55 equipes de 19 diferentes países largaram em caiaques duplos, em direção aos fundos da baía de Guanabara, com 48km de remo pela frente. Durante a madrugada, remamos cruzando a baía, enquanto passávamos ao lado de grandes embarcações e de gigantescas plataformas petrolíferas. Ventos e ondas variavam de direção e intensidade. Próximo do fim da remada, um erro da organização que acabou gerando problemas à maioria das equipes: o barco do PC1, que deveria estar na entrada do canal na rota do PC2, nao estava no lugar. Ainda de madrugada, as equipes remavam de um lado a outro procurando sem êxito o fiscal. Amanheceu, e nenhum sinal do mesmo. Algumas equipes decidiram seguir sem assinar a passagem pelo PC. Nós ficamos na busca do mesmo, ainda que contrariados, pensando na possibilidade de estarmos no canal errado. Com o amanhecer, outro imprevisto: a maré baixou, e a "boca do canal" secou, atolando todos os caiaques que lá se encontravam. Neste momento já tínhamos certeza de qual seria o canal correto, e que realmente o barco do PC1 não estava no local dele: mas para conseguir entrar no canal tinhamos mais de 900m de lodo do mangue pela frente, a ser vencido empurrando os caiaques. Foi uma das situações mais exaustivas e desesperadoras da corrida. O lodo do mangue afundava até a cintura. Durante 1h40min ficamos empurrando os caiaques no lodo. Por fim, conseguimos voltar a remar, e chegamos ao PC2 às 10:32. Estávamos na 38a posição, a 4 horas dos líderes da corrida. Foi uma situação bastante desanimadora. Tínhamos o objetivo de ficar entre as 10 primeiras equipes, e por uma sequência de erros e imprevistos, começávamos a corrida em uma situação bastante desfavorável.
Partimos de mountain bike para o próximo trecho. O primeiro "corte" da corrida seria às 16:00 do segundo dia de prova. Apesar do atraso de 2 horas na largada, não sabíamos se o corte também seria estendido, o que acabou acontecendo. Pedalamos forte os 45 km subindo a serra, passamos algumas equipes, saindo do nível do mar e atingindo 1100 metros. Às 15:48 chegamos na próxima transição, já na 25a posição. Começávamos a nossa recuperação. Continuaríamos a lutar para ganhar posições, até ficarmos entre as 10 melhores. Era muita equipe e tempo pela frente, e teríamos de imprimir um bom ritmo para conquistar nosso objetivo.
O trecho seguinte um dos mais belos (não fosse a chuva e tempo nublado) e difíceis: a travessia da Serra dos Órgãos, começando em Teresópolis, e rumo a Petrópolis. O trekking começa com uma trilha que sai de 1100 metros e sobe até a Pedra do Sino, ponto culminante com 2300 metros. Sabíamos que a navegação no alto da serra é bastante complexa e confusa. O ideal seria fazer a maior parte desta travessia com luz do dia, mas o atraso na largada e problemas com o PC1 deixou a parte escura para a maior parte das equipes. Por volta da 01:00 na segunda noite de prova, uma forte tempestade de chuva e vento atinge a serra. Na altitude, o frio consumia nossas energias, e a navegação tornava-se mais difícil. Notava-se luzes de head-lamps das equipes espalhadas por toda parte. Longas paredes de pedra, com a chuva, tornara-se escorregadias e perigosas. Caminhamos até às 03:00, com dificuldades, mas sem a intenção de parar. Mas em um determinado trecho, não encontrávamos mais o caminho para prosseguir. Por 40 minutos rastreamos a serra em busca do caminho correto, sem encontrar. Decidimos aguardar o amanhecer. Entretanto a chuva e o frio nos impediam de dormir e descansar. Não haviam abrigos. Aguardamos dentro dos sacos "bivac" até às 06:00, quando com claridade conseguimos encontrar a rota e retomar a caminhada. Por volta das 09:00 do terceiro dia de corrida chegávamos à próxima transição. Seguíamos conquistando posições, estávamos na 13a colocação.
Partimos para novo trecho de mountain bike, 70km onde ganhamos mais uma posição, e no fim dele, aconteceriam as técnicas verticais. Estas acabaram sendo canceladas, e neste ponto as equipes deviam cumprir duas horas de parada obrigatória. Após 1h30 de sono, seguimos para um trekking longo, com 60km. E novamente uma complexa navegação, desta vez em meio à mata atlântica. Ao chegar à próxima área de transição, ficamos sabedo que havíamos ganho mais uma posição, e estávamos então dentro dos "Top 10". Não restava muito para a chegada, mas continuaríamos a tentar subir no ranking. Fizemos um trecho de 12 km a cavalo, em uma belíssima trilha na região de Cachoeira de Macacu. Na sequência, um pedal de 50km, também marcado pelo terreno bastante acidentado e pela forte chuva que caia, deixando muita lama pelo caminho.
Entrávamos na 4a a última noite da corrida. A caminhada durou a madrugada inteira, onde fizemos uma pausa de 40 min para dormir. Amanhecemos no útimo dia de corrida realizando uma divertida descida de rio com corredeiras em ducks. Dali, uma caminhada à prova especial da corrida: carrinho de rolemã sobre os trilhos de uma ferrovia. Entretanto, justamente no momento que iríamos começar esta etapa, a modalidade teve de ser cancelada, e ficamos aguardando as definições do que faríamos.
Com o trecho cancelado, partimos de bike até a última transição, para a remada final de 26 km em direção a Búzios.
Na última remada, ainda aproveitamos um pouco de vento lateral que encontramos para erguer as velas que preparamos pra este trecho. E às 20:00hs de 5a feira, ainda debaixo de chuva, cruzávamos a linha de chegada. Conseguimos ficar entre as 10 primeiras equipes, em uma prova tão disputada, com alto nível de equipes, marcada por imprevistos e muita chuva.
Meses de dedicação em treinos, reuniões, acertos logísticos, testes de equipamentos... tudo em busca de um objetivo. E apesar dos imprevistos, não foi em vão. A Mitsubishi QuasarLontra mais uma vez terminou a maior corrida de aventura do Brasil dentro das melhores posições.
Deixamos registrado a nossa imensa grartidão à Mitsubishi Motors, nossa patrocinadora e aos nossos apoiadores, acompanhando a equipe em grandes conquistas e superando sempre novos desafios. E muitos à nossa equipe de apoio, Djalma Dutra, Rodolfo Seras e Pedro Caldas, pela dedicação, esforço, e bom humor, apesar de muita chuva por mais de dois dias. E já seguimos com a cabeça pensando para o ano que vem, no Mundial de corrida de aventura, em algum lugar deste Brasil!
Até lá
Equipe Mitsubishi QuasarLontra